Paleta de PinturaA arte é uma forma de educar as pessoas. Ela atua na quebra de rotina e estimula a criatividade encontrada na mente humana. A arte é manifestada em vários lugares. Os locais onde ela se encontra mais presente são: na pintura, na escultura, no cinema, na música, na dança, no teatro, na moda, entre outros.

Desde a pré-história, a manifestação artística aparece. Um exemplo disso são as pinturas rupestres. Além de serem uma forma de comunicação, hoje em dia estão à mostra em museus, como também fazem parte da educação, sem contar que ela marca a história do mundo. Os movimentos artísticos vêm para confirmar tal marco.

Os estudiosos dizem que a arte liberta. É fato. Com seu poder de livre expressão de ideias, permite que cada artista possa, através do seu trabalho, dialogar com o mundo e esbanjar criatividade. Dessa forma, propicia uma originalidade que procura sair da rotina. Um exemplo disso é a música, que, com sua licença poética, permite que o autor possa criar, não importando padrão o culto da língua, nem outros empecilhos da formalidade.

No Brasil, acontecem várias manifestações de arte. A riqueza encontrada no país é ímpar. O estado do Ceará, por exemplo, contém um grande acervo de humoristas. O Ceará é só uma das 27 Unidades Federativas detentoras de artistas cheios de talentos. O país possui tanto arte quanto história no quesito riqueza cultural.

O Brasil é uma fábrica de artistas talentosos e falar isso não é exagero. Pelo contrário: desde as décadas passadas, seja no cinema, na música, na literatura, na dança típica, o país é destaque tanto nacional como internacionalmente. A Semana de Arte Moderna, uma das manifestações artísticas mais importantes da história do Brasil, confirma isso.

A Semana trouxe a inovação e a valorização dos trabalhos produzidos por brasileiros. Havia um cartaz interessante da Semana de Arte Moderna. Nele estavam escritos algumas sátiras contra os grandes artistas da época, uma vez que o Brasil ainda não era totalmente brasileiro. A influência dos países estrangeiros era muito presente ainda.

Enfim, a Semana foi para o Brasil um marco histórico muito importante. A arte brasileira começou a ganhar espaço, cforam criados novas formas e modelos de se fazer arte. A cultura europeia começou a ser deixada de lado, abrindo espaço para uma brasilidade – pelo menos essa era uma das intenções. Essa manifestação cultural pode ser considerada uma segunda independência do Brasil. Só que dessa vez, artística.

O que é Semana de Arte Moderna?

Pincel Sujo de TintaA Semana de Arte Moderna foi um movimento cultural, que ocorreu no estado de São Paulo, no ano de 1922. Ela contava com a presença de ilustres artistas, entre os mais famosos Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, dentre outros. A semana foi uma forma de libertação da cultura artística vinda da Europa, como o Cubismo, Expressionismo e outros.

Os brasileiros procuravam inovação nacional, a arte feita pelos habitantes da terra dos tupiniquins. A Semana de 22, aconteceu no Teatro Municipal, entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922. Ela foi dividida em três seções, nos dias 13, 15 e 17, em que eram divididos em esculturas, pinturas, música, etc. Nela, o Brasil pode se libertar e conseguir a livre expressão da criatividade, sem total influência das vanguardas europeias, que guardavam consigo as tendências culturais do Fauvismo, Expressionismo, Futurismo, Cubismo, Dadaísmo e Surrealismo.

A Semana foi publicada um mês antes, em 29 de janeiro de 1922. Os veículos de comunicação já anunciavam. O movimento, que aconteceu no Teatro Municipal de São Paulo, recebeu apoio do então governador do estado, Washington Luís. O evento se tornou concreto devido à iniciativa do escritor da Academia Brasileira de Letras (ABL), Graça Aranha.

Em meio a conflitos sociais, no Brasil e também no Mundo, a Semana de Arte Moderna aconteceu. Ela ocorreu em meados da Primeira Guerra Mundial. O evento foi, de certa forma, conturbado. Por um lado, era aceito; já por outro, muito criticado. O Brasil passava pela época da República Café com Leite, em que Minas Gerais e São Paulo alternavam-se no poder.

O país tinha suas políticas fundamentadas na cultura europeia. O Brasil necessitava de uma libertação de um padrão não original. Os artistas brasileiros voltavam da Europa aderindo à cultura. Um deles, Oswald de Andrade, voltou implementando a cultura do Futurismo, sendo influenciado por Marinetti, o precursor do mesmo movimento.

As vanguardas europeias influenciavam os artistas brasileiros e os outros artistas afirmavam que o Brasil estava atrasado culturalmente. A inquietude antecedia a Semana de 22. O artista lituano, Lasar Segall, veio para o Brasil em 1912. A viagem que fez para encontrar seus irmãos, que residiam aqui, fez com que ele criasse uma de suas primeiras obras.

Segall realizou em São Paulo uma exposição, no total de duas. A segunda desenvolveu na cidade de Campinas, no ano seguinte. Lasar Segall era um pintor expressionista. Em 1913, o Brasil, por meio de Segall, teve seu primeiro contato com essa vanguarda. Porém, ele voltou para a Europa. No ano de 1914, Anita Malfatti voltou da Europa e trouxe consigo influências do movimento pós-impressionista. Anita foi muito criticada por Monteiro Lobato.

Ela fez uma exposição em 1917, quando voltou de sua viagem da Europa de uma passagem pelos Estados Unidos. Essa amostra das obras se tornou um marco no Movimento Modernista do Brasil. Devido à obra fortemente caracterizada pela cultura europeia, Anita recebeu muitas críticas. Como dito no parágrafo anterior, o escritor brasileiro Monteiro Lobato a criticou veementemente. Mais uma característica de inquietude da parte dos jovens artistas.

Pintura ColoridaAs críticas contra as exposições de Anita Malfatti foram impressas no Correio Paulista, O Estado de São Paulo, cuja intitulação do artigo era: “Paranoia ou Mistificação?”. Após a polêmica provocada por esse artigo, os jovens artistas da época puderam discutir abertamente a respeito da arte brasileira. A ideia de uma Semana de Arte Moderna se deu por causa da manifestação da opinião de Lobato.

Os artistas publicavam muitas obras, entre eles, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, a própria Anita Malfatti, Manuel Bandeira, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro e etc. No Brasil, surgiram movimentos artísticos primitivistas, que antecederam a Semana de 22. Outros, também, vieram após ela. Movimentos como: o Pau-Brasil (1924), Verde-Amarelo (1922), Grupo da Anta (1922) e Antropofágico, da década de 20.

A Semana de Arte Moderna teve sua inauguração com uma palestra do escritor Graça Aranha. Ele juntamente com os trabalhos apresentados por Guilherme de Almeida, com suas músicas e poesias. Após a apresentação de Aranha, houve aplausos. No mesmo dia, teve apresentação de Heitor Villa-Lobos, Ronald de Carvalho e música de Ernani Braga.

No segundo dia da semana, Menotti del Pecchia se apresenta e é aplaudido em seu discurso. Porém, eles foram convertidos em vaias quando Oswald de Andrade subiu ao palco. Após esse acontecimento, as vaias e barulho perduraram por muito tempo. A Semana de Arte Moderna de 1922 se concretizou e serviu de influência para outros movimentos criados depois, principalmente para o Modernismo Brasileiro.

Artistas da Semana de Arte Moderna

Após diversos conflitos e a publicação de várias obras artísticas o evento ocorreu no ano de 1922. O mundo estava inserido no contexto de Primeira Guerra Mundial, nascimento do Fascismo, na Itália, criação de novas vanguardas, etc. O Brasil passava por um conflito no meio artístico, o que impulsionou o evento.

Após as pesadas críticas contra os artistas brasileiros, bem como seu atraso cultural, segundo Oswald de Andrade, a Semana de 22 teve seu estopim em uma crítica do escritor Monteiro Lobato, sobre Anita Malfatti. A pintora vinha recentemente da Europa, trazendo consigo gêneros dos movimentos culturais de lá. A partir disso, aconteceu a Semana de Arte Moderna no Brasil que contou com artistas muito importantes para a história da arte e para a arte brasileira.

Anita Malfatti

Anita Catarina Malfatti nasceu em São Paulo, no ano de 1889. Ela era pintora, desenhista, gravadora e professora. Ela foi bem cedo para a Alemanha, acompanhada de duas amigas que iam estudar música em Berlim. Na Alemanha, ela descobriu a carreira de pintora, após a ideia de estudar no ateliê do retratista impressionista Fritz Burger.

Recebeu influências expressionistas quando teve aulas ministradas pelo professor Lovis Corinth. Em 1914, fez sua primeira exposição. Depois de estudar nos Estados Unidos, voltou ao Brasil, onde recebeu duras críticas de Monteiro Lobato.

Di Cavalcanti

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo nasceu no Rio de Janeiro, em 1897, foi caricaturista, ilustrador e pintor. Iniciou a carreira fazendo ilustrações para a revista Fon-Fon. Em 1916, ele vai para São Paulo e ingressa na Faculdade de Direito do Largo de São Jorge. A partir daí, Di Cavalcanti começou a pintar.

Di Cavalcanti organiza, em 1922, a Semana da Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo. Logo após, ele faz sua primeira viagem para a Europa. Lá, ele fez exposição de suas obras, nas cidades de Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdã. Na Europa, ele conheceu vários intelectuais, como: Picasso, Matisse, entre outros. Di Cavalcante se consagrou como pintor.

Graça Aranha

José Pereira da Pessoa escrevendo Graça Aranha nasceu em São Luís do Maranhão, em 1868. Foi escritor e diplomata, um imortal da Academia Brasileira de Letras. Aranha foi um dos organizadores da Semana da Arte Moderna de 1922. Ele é considerado um dos escritores brasileiros do Pré-Modernismo, por causa de sua obra mais importante, o Canaã.

Manuel Bandeira Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho nasceu em Recife, em 1886. Era professor de literatura, crítico de arte e tradutor. Participou da geração do Pré-Modernismo. Na Semana de Arte Moderna, teve seu poema 'Os Sapos' como abertura do evento.

Mário de Andrade

Mário Raul de Moraes Andrade, nasceu em São Paulo, em 1945. Ele foi um romancista, poeta, musicólogo, historiador, crítico de arte e fotógrafo. Mário foi um dos precursores do Movimento Modernista brasileiro. Na Semana de Arte Moderna, ele trabalhou como pesquisador do folclore brasileiro. Fez parte de um grupo de artistas da década de 20, o Grupo dos Cinco (Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti).

Menotti del Picchia

Paulo Menotti del Picchia nasceu em São Paulo, em 1892. Ele foi jornalista, advogado, tabelião, poeta, cronista, romancista, ensaísta, pintor e político. Juntamente com os jovens artistas da década de 20, formava um grupo chamado de Grupo dos Cinco. Participou da Semana de Arte Moderna de São Paulo. Menotti foi interpretado por Ranieri Gonzalez na minissérie 'Um Só Coração'.

Oswald de Andrade

José Oswald de Sousa de Andrade Nogueira nasceu em São Paulo, em 1890. Embora tenha o mesmo sobrenome, ele não tem parentesco com Mário de Andrade. Oswald iniciou várias manifestações artísticas, juntamente com os outros jovens artistas. Ele foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna, além de ser um dos mais importantes para o Modernismo no Brasil.

Tarsila do Amaral

Tarsila nasceu em Capivari, Rio de Janeiro, em 1886. Inaugurou o movimento antropofágico das artes plásticas. Iniciou sua carreira estudando artes com desenhos e esculturas, como também outros cursos ligados à arte, em Paris. Voltou para o Brasil, em 1922, quando participou da semana, fazendo parte do Grupo dos Cinco.

Villa-Lobos

Heitor Villa-Lobos foi um maestro e compositor brasileiro. Nasceu no Rio de Janeiro, em 1887. Villa-Lobos era um ícone da música do Modernismo no Brasil. Ele participou do encontro e, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, apresentou seus espetáculos musicais no evento.